O Beijo Gay entre o Nuno e o Fábio já não vai passar nos Morangos com Açúcar
Segundo o Jornal de Notícias de ontem a TVI cortou o beijo gay!
O Jornal avança que a direcção da TVI decidiu não emitir as cenas de troca de afectos, que incluíam beijos, entre Fábio (Miguel Santiago, que grande actor) e Nuno (Carlos Malvarez), as duas personagens homossexuais da série de Verão de "Morangos com Açúcar".
Segundo o Jornal de Notícias a decisão partiu do actual director de programas da TVI, André Cerqueira, e que foi transmitida à produtora Plural ainda na fase de montagem daquela série, líder de audiências nos espectadores com idades compreendidas não só entre os 4 e os 14 anos, como dos 15 aos 24.
As Reacções ao Beijo Gay que não vai passar nos Morangos com açúcar
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"Não sou apreciador do produto mas encaro com muito agrado o facto de a TVI ter a noção da realidade", reage Artur Guimarães, líder da RN. E frisa: "As questões da homossexualidade, da promiscuidade ou da prostituição não têm que ser colocadas na praça pública com este mediatismo".
Paulo Corte-Real, da Ilga Portugal, que há um mês realçou a importância deste casal para que os jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros) pudessem ter modelos televisivos identitários, não esconde a estupefacção com o rumo dado às cenas: "é incompreensível que se tome uma decisão destas, discriminatória e de ocultação da realidade".
"Sendo uma série juvenil porque não segue o exemplo de outras com grandes audiências, e onde não faltam lésbicas e gays?", questiona o activista.
Já para a socióloga Ana Cristina Santos, especialista em Estudos de Género, a decisão de Cerqueira "é uma reviravolta na conquista da visibilidade dos afectos".
"Investigações nesta área têm vindo a provar o quão gravosas são estas decisões, principalmente para um público mais jovem. Junto dos jovens homossexuais a taxa de suicídio é três a cinco vezes maior, devido à falta de modelos positivos", explica a investigadora portuguesa do Birkbeck Institute for Social Research, da Universidade de Londres.
"Não deixo de aplaudir o acto criativo dos autores da série. Mas isto abre um precedente, que não era nada expectável, em pleno 2010, ao permitir que uma área conservadora da sociedade boicote a visibilidade das minorias", sublinha.
Fonte Jornal de Notícias online